sexta-feira, 5 de março de 2010


Zinédine Zidane


Zinédine Yazid Zidane, em árabe: زين الدين يزيد زيدان (Marselha, 23 de junho de 1972), é um ex-futebolista francês de origem argelina que atuava como meia.

Zidane é tido como um dos melhores jogadores da história do futebol mundial, sendo frequentemnete comparado a seu compatriota Michel Platini. Durante sua carreira, defendeu equipes como Juventus e Real Madrid, estando presente também, na fase mais vitoriosa da história da seleção francesa, que conquistou uma inédita Copa do Mundo e o segundo título da Eurocopa de sua história (a outra fora conquistada na época de Platini).

Durante sua carreira, conquistou diversos títulos, além de faturar também diversos prêmios, incluindo três vezes como melhor jogador do mundo pela FIFA (sendo o recordista, ao lado do ex-companheiro de clube, o brasileiro Ronaldo), e uma vez pela France Football. Numa lista recente criada pela World Soccer, Zidane aparece na vigésimo oitava posição, entres os cem melhores da história. Também foi inserido no FIFA 100 (lista dos 125 maiores jogadores vivos), uma lista comemorando os cem anos da entidade. E, ficou em primeiro no UEFA Golden Jubilee Poll (lista dos maiores jogadores europeus da história), pesquisa realizada pela UEFA através da internet.

Atualmente, além de sempre participar de partidas beneficentes, Zidane também é embaixador da ONU na luta contra a fome. No Real Madrid, ocupa o cargo de diretor na gerência de Florentino Pérez.[1]

Carreira

Início, Cannes e Bordeaux

Mais um descendente de argelinos vivendo do sul da França, Zidane iniciou sua carreira defendendo o Saint-Henri, equipe inexpressiva que disputava campeonatos locais. Apenas uma temporada depois, acabou sendo levado ao não maior Septèmes-les-Vallons, onde permaneceu durante quatro temporadas. Sua grande habilidade vinha chamando a atenção das demais equipes, sendo levado ao Cannes para passar uma estadia de seis semanas de treinamentos, mas nunca retornou ao Septèmes-les-Vallons.

Apenas uma temporada após sua chegada aos Dragons Rouges, fazia sua estreia como profissional em maio de 1989, contra o Nantes de Marcel Desailly e Didier Deschamps, mais tarde seus companheiros na seleção. Seu primeiro tento como profissional demorou para acontecer, saindo apenas em 8 de fevereiro de 1991, o que lhe rendeu um carro vermelho – presente de Alain Pedretti, presidente do Cannes na época.

Logo, o Cannes acabou ficando muito pequeno para o talento de Zidane, sendo vendido ao Girondins de Bordeaux, que pagou sete milhões de euros por seu passe.[2] No Bordeaux, conquistou seu primeiro título como profissional: a extinta Copa Intertoto da UEFA. Nessa mesma época, o Bordeaux que não vivia seus melhores momentos na história, conseguia chegar a uma final de Copa da UEFA, deixando pelo caminho equipes como o Milan, que duas temporadas antes, era campeão europeu do principal título do continente. Seus dribles e gols renderam-lhe uma transferência para a Juventus.Curiosamente, antes de sua transferência para a Juventus, o treinador do Blackburn Rovers na época, Ray Harford, demonstrava grande interesse na contratação de Zidane e seu companheiro de equipe, o também francês Christophe Dugarry. Porém, o presidente da equipe na época, Jack Walker, teria respondido: "Por que você deseja contratar Zidane quando temos Tim Sherwood?".[3] Sherwood que foi um dos ídolos da equipe durante os anos 1990, sendo um dos responsáveis pela conquista nacional dos Rovers, porém, não tendo a mesma categoria que Zidane.

Juventus

Demonstrando um futebol vistoso no Bordeaux com seus dribles e gols, acabou se transferindo para a Juventus, da Itália, que pagou quase três milhões e meio de euros, mesmo Zidane tendo a intenção de se transferir para o rival Milan, porém, as negociações acabaram falhando. Trilhando o mesmo caminho talhado por Michel Platini, Zidane viveu um dos melhores momentos durante sua passagem pela Vecchia Signora, conquistando títulos seguidamente.

Mesmo disputando um campeonato diferente do habitual, Zidane mostrou seu melhor futebol em sua primeira temporada. Logo de cara, conquistou a Supercopa Europeia e o Mundial Interclubes. Esta competição, normalmente colocada em segundo plano pelos europeus, teve-lhe um sabor especial: foi contra o River Plate, possibilitando-lhe uma partida contra seu maior ídolo, o uruguaio Enzo Francescoli, de quem Zidane tornara-se grande fã quando o sul-americano defendera o clube da cidade natal de Zizou, o Olympique Marselha, idolatria que o faria batizar seu filho de Enzo.[4] Ao final da temporada, ganhou também o scudetto. Mas, acabou não sendo feliz na Liga dos Campeões, onde terminou como vice-campeão. Para premiar sua excelente temporada de estreia, mesmo não tendo conquistado o título europeu, foi considerado o melhor jogador estrangeiro do ano. Já na temporada seguinte, viveu um dos melhores momentos anos na carreira, conseguindo o bi italiano e novamente uma final da Liga dos Campeões, porém, foi vice-campeão nela novamente. No final do ano, Zidane conquistou os prêmios de melhor do mundo da FIFA e France Football.Tendo passado mais apagado nas duas temporadas seguintes, viveu novamente uma das melhores temporadas de sua carreira, sua última pelos bianconeri. Tendo grande participação durante a temporada, acabou ficando com segundo lugar no italiano, e na Liga dos Campeões, acabou sendo eliminado na primeira fase, onde foi expulso após dar uma cabeçada em Jochen Kientz, que defendia o Hamburgo. Ainda assim, devido ao seu alto nível de atuações, foi eleito o melhor jogador e melhor jogador estrangeiro do Campeonato Italiano. Porém, nessa temporada, não conquistou os principais prêmios europeus, como na temporada anterior, com exceção do Ballon d'Or.

Real Madrid

Mesmo tentando segurar o craque francês em seu elenco, a Juventus acabou não conseguindo aguentar o poder econômico do Real Madrid, que montava um elenco com nomes de peso, conhecidos mais tarde como galácticos. Sua transferência aos merengues, foi a negociação mais cara da história (setenta e sete milhões de euros), tendo o camisa cinco logo em sua primeira temporada conduzido o clube blanco ao título da Liga dos Campeões, com direito a um golaço de voleio na decisão contra o Bayer Leverkusen. Acabou sendo premiado no final do ano com o prêmio de melhor jogador europeu dado pela UEFA.

Na temporada seguinte, conquistou novamente os títulos da Supercopa Europeia e Mundial Interclubes (os outros foram em sua passagem pela Juventus), tendo atuações magistrais. Também conquistou o título espanhol ao término da temporada. Como premiação por suas atuações magistrais, recebeu pela terceira vez o prêmios de melhor jogador do mundo pela FIFA, sendo o recordista, ao lado de Ronaldo, então companheiro de equipe.

Já em sua terceira temporada, conquistou seu último título com a camisa merengue, a Supercopa da Espanha. A partir de então, mesmo com suas atuações, o Real Madrid sofria com uma defesa falha, que não conseguia evitar sofrer tentos, sendo responsáveis por boa parte das derrotas da equipe. Nessa mesma época, Zidane foi inserido na lista dos 125 jogadores de futebol vivos, conhecido como FIFA 100, além de ser considerado o maior jogador europeu da história, numa votação da UEFA.

Em sua última temporada pela equipe galáctica e como profissional, marcou um hat-trick (expressão inglesa para designar alguém que marcou três gols) na vitória sobre o Sevilla (4 a 2). Em 7 de maio de 2006, Zidane anunciou que iria se aposentar após a Copa do Mundo.[5] Em sua última partida pela equipe, o elenco usava uma camisa comemorativa com "Zidane 2001-2006" abaixo do escudo do clube. A partida que foi contra o Villarreal, terminou empatada em três gols, sendo um dos tentos, seu.

Seleção Francesa

Sendo descendente de argelinos, Zidane teve chances de defender a Argélia, porém, segundo boatos na época, Abdelhamid Kermali, o considerava lento demais, por isso nunca o convocou.[6] No entanto, Zidane negou anos mais tarde numa entrevista que isso tenha acontecido, dizendo que ele não poderia defender a Argélia, pois já defendia a França. Sua estreia nos Bleus aconteceu contra a República Tcheca. Entrando aos dezoito minutos do segundo tempo, marcou os dois tentos do empate.

Conquistou a posição de títular dos Bleus após a suspensão de Éric Cantona, que havia agredido um torcedor do Crystal Palace durante uma partida contra o mesmo. Já em sua primeira competição oficial, a Eurocopa 1996, Zidane esteve apagado durante a competição, não conseguindo evitar a eliminação francesa nas semifinais nos pênaltis do torneio, após empatar República Tcheca, curiosamente, equipe que fez sua estreia na seleção, marcando os dois tentos do empate, mas não conseguindo repetir a dose.

Apesar do desempenho discreto na Euro, Zidane guardará o melhor para mostrar apenas dois anos depois, na Copa do Mundo de 1998, onde veio a grande glória do futebol francês: a conquista do mundial. Com atuações brilhantes durantes as primeiras fases, Zidane chegou a final contra os então campeões, o Brasil. Numa final época, Zidane demonstrou o que era capaz, marcando seus dois primeiros tentos na Copa, além de garantir o inédito título mundial à França. Porém, Zidane acabou não sendo eleito o melhor jogador da Copa, ficando atrás do brasileiro Ronaldo.

Dois anos mais tarde, conseguiu repetir a dose da Copa disputada no território francês, conseguindo o título da Eurocopa (repetindo o feito da Alemanha Ocidental, que conquistou os dois títulos seguidos). Durante a disputa do torneio, mesmo terminando em segundo em sua grupo, conseguiu seguir rumo ao título, eliminando Espanha e Portugal em duras partidas, nas quartas e semifinais, respectivamente. A final seria contra seus históricos rivais, a Itália. Na final, parecia que a Itália levaria a melhor, conquistando o título, porém, após um tento no último minuto regular, conseguiu virar a partida, e conquistar o título após o gol de ouro de David Trézéguet. No final do torneio, Zidane foi eleito o melhor jogador.

Sendo a principal seleção nos últimos anos, a França chegava ao Mundial de 2002, como a grande candidata ao título. Porém, ao contrário do que todos imaginavam, acabou sendo eliminada na primeira fase, sem marcar nenhum tento. Zidane, que ficou fora das duas primeiras partidas, conseguiu retornar para a disputa da segunda, mesmo não estando totalmente currado, mas ainda assim, não conseguindo evitar o vexame francês.[7]

Após o francasso na Copa de 2002, a França chegava a Eurocopa de 2004 tentando apagar o acontecido no torneio anterior. Tendo conseguido passar na primeira fase sem maiores problemas, acabou sendo eliminada nas quartas de final para a futura campeã Grécia. Logo após o torneio, e com a aposentadoria em massa de atletas da "geração de ouro", como Bixente Lizarazu, Marcel Desailly, Zidane também resolveu se aposentar da seleção.[8] Porém, com grandes problemas para se classificar para a Copa de 2006, e com muita insistência do treinador na época, Raymond Domenech, acabou retornando aos Bleus, ganhando logo em seguida a braçadeira de capitão.[9]

Em 27 de maio de 2006, Zidane disputou sua centésima partida com a camisa da seleção, na vitória sobre o México (1 a 0). Zidane se tornou o quarto jogador a conseguir tal feito, após Marcel Desailly, Didier Deschamps e Lilian Thuram também terem chegado a essa marca.[10]

Na disputa de sua última competição como profissional, após um início um tanto apagado, ficando suspenso da última partida da fase grupos,[11] Zidane retornou contra a Espanha, sendo um dos destaques na vitória (3 a 1). Na partida seguinte, que seria disputada contra o Brasil, Zidane demonstrou seu melhor futebol da carreira, cobrando a falta que resultou no tento da vitória de Thierry Henry, sendo eleito o melhor jogador em campo.[12] Nas semifinais, marcou o gol de pênalti da vitória sobre Portugal e, antes mesmo de disputar sua segunda final de Copa, foi eleito o melhor jogador do torneio.[13] Já na final, Zidane marcou novamente de pênalti, se tornando apenas o quarto jogador na história a marcar em duas finais (os outros foram Pelé, Paul Breitner e Vavá). Porém, após insultos verbais de Marco Materazzi (que fora o responsável pelo tento de empate), Zidane acabou dando uma cabeçada no peito do italiano e, consequentemente, sendo expulso, na prorrogação. Depois, a França acabou perdendo o títulos nos pênaltis (5 a 3).[14][15]

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